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DeepSeek: O Chatbot que Bagunçou o Jogo da Inteligência Artificial

Se você acompanha o universo da IA, já deve ter ouvido falar do DeepSeek-R1, um chatbot chinês que chegou discretamente no dia 20 de janeiro de 2025 e, em poucos dias, jogou o Vale do Silício no caos. Não demorou para especialistas perceberem que ele estava no mesmo nível de gigantes como ChatGPT (OpenAI) e Claude (Anthropic) — e, mais do que isso, que ele foi construído de um jeito totalmente diferente.

Afinal, o que fez o DeepSeek se destacar tanto? O pesquisador brasileiro Cleber Zanchettin, do CIn-UFPE, apontou quatro razões que explicam essa reviravolta no mundo da IA.



🟢 1. Código Aberto: A Receita do Sucesso

Se tem algo que as big techs protegem a sete chaves, é o processo de construção de seus modelos de IA. Mas o DeepSeek resolveu mudar o jogo e abriu o código, revelando detalhes que nenhuma outra empresa havia compartilhado antes.

Enquanto ChatGPT e Claude mantêm tudo em segredo e modelos como o LLaMA (Meta) divulgam apenas os pesos do modelo, o DeepSeek entregou um verdadeiro passo a passo de como treiná-lo. Isso é um diferencial gigantesco, porque permite que pesquisadores entendam melhor como esses modelos raciocinam e desenvolvam novas abordagens a partir disso.


Sede da Nvidia em Santa Clara, na Califórnia: fabricantes de chips foi uma das que viu ações despencarem nos últimos dias.
Sede da Nvidia em Santa Clara, na Califórnia: fabricantes de chips foi uma das que viu ações despencarem nos últimos dias.

🟢 2. Raciocínio Transparente: O "DeepThink"

Outro detalhe que impressionou foi a ferramenta "DeepThink", que permite acompanhar o raciocínio do chatbot em tempo real.

Diferente da maioria dos modelos, que simplesmente entregam a resposta pronta, o DeepSeek mostra seu processo de pensamento, testando diferentes caminhos e avaliando hipóteses antes de decidir.

Isso é revolucionário, porque dá mais transparência ao modelo e ajuda especialistas a entenderem como a IA chega a determinada conclusão — algo fundamental para avançar na área de interpretação e confiabilidade da IA.


Botão DeepThink mostra linha de raciocínio do modelo.
Botão DeepThink mostra linha de raciocínio do modelo.

🟢 3. Aprendizado por Reforço: Menos Intervenção Humana

Outro ponto forte do DeepSeek é a forma como ele foi treinado. Enquanto a maioria dos modelos de IA depende muito da intervenção humana para ajustar respostas e melhorar a performance (o famoso "humano no loop"), o DeepSeek apostou em um modelo de autoaprendizado por reforço.

Basicamente, ele aprende sozinho, refinando suas respostas com base em um sistema de recompensas. Isso reduz custos e tempo de treinamento, tornando a tecnologia mais acessível e competitiva.

Essa abordagem pode abrir portas para que empresas menores e até pesquisadores brasileiros entrem no jogo sem precisar de investimentos bilionários.



Para especialistas, experiência do usuário no DeepSeek se aproxima da última versão do ChatGPT.
Para especialistas, experiência do usuário no DeepSeek se aproxima da última versão do ChatGPT.

🟢 4. Inovação Sob Restrições

Outro detalhe curioso: o DeepSeek não foi treinado com os chips mais avançados do mercado. Isso porque os Estados Unidos impuseram restrições à China para evitar que o país avançasse na IA.

Mas, como dizem por aí, a necessidade é a mãe da inovação. E o time chinês provou isso ao desenvolver um modelo competitivo sem depender da tecnologia americana de ponta.

Isso pode ser um divisor de águas na corrida pela IA. Até agora, acreditava-se que só as big techs americanas podiam liderar esse avanço. O DeepSeek mostrou que novos players podem surgir e surpreender.


DeepSeek esquentou corrida entre EUA e China por supremacia tecnológica.
DeepSeek esquentou corrida entre EUA e China por supremacia tecnológica.

🌍 O Impacto Global

O lançamento do DeepSeek abalou as gigantes da tecnologia: só no dia 27 de janeiro, as "Magnificent 7" (Apple, Microsoft, Google, Amazon, Nvidia, Tesla e Meta) perderam juntas US$ 1 trilhão em valor de mercado.

E não para por aí: dias depois, a Alibaba revelou seu próprio modelo de IA, alegando que ele é ainda mais avançado que o DeepSeek. Ou seja, a China está vindo com tudo para disputar a liderança da IA com os EUA.

Mas essa briga de gigantes é só a ponta do iceberg. Com modelos mais acessíveis e menos dependentes de grandes investimentos, podemos estar entrando em uma nova era da inteligência artificial, onde a inovação não será mais monopólio das big techs.



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